Mestres

quinta-feira, 27 de março de 2014

ARTE E EXPRESSÃO

Faço minhas as palavras de Maria Helena Andrés quando diz que a ARTE é não  apenas uma das vias de transformação do homem, mas também um caminho. Na qualidade de ARTE TERAPEUTA, vejo como esse caminho vem se mostrando possível e propiciador de encontros, superações e descobertas.

A arte ajuda o ser humano a despertar para a consciência de si mesmo e do universo. Ela contem uma mensagem espiritual que independe de tempo, espaço, credo e raça.

Um grande exemplo da atuação da ARTE no desabrochar da consciência de si mesmo, é o coreógrafo e bailarino Marcos Abranches. Ele desenvolve um trabalho que transcende a forma, explora a cor e nos convida a repensar conceitos como harmonia, equilíbrio, composição.

Trazendo do fundo de seu coração a "cor" da sua essência, ele consegue realmente colorir o nosso "psicológico", nos levando a nos questionarmos sobre a nossa cor e a nossa forma - quem somos? Como pensamos, como vemos o outro? Como nos movimentamos no espaço? Como se manifestam nossos sentidos da visão, audição, tato, equilíbrio, propiocepção?

A arte é o caminho que pode nos libertar da cor, da forma, da composição, do espaço tradicional impulsionando outra maneira de comunicação,  registrando vivências momentâneas da realidade interior e exterior.






Veja mais sobre Marcos Abranches em : http://artedemais.blogspot.com.br/

Os Caminhos da Arte, Maria Helena Andres

quinta-feira, 20 de março de 2014

SÍNDROME DE BURNOUT



 O estresse é um fenômeno que tem influência direta sobre cada individuo, tanto na sua vida pessoal como na profissional, afetando de maneira psicológica e física.

 O estresse ocupacional é definido como a soma de respostas físicas e mentais, ou ainda, reações fisiológicas que, quando intensificadas, transformam-se em reações emocionais negativas (OMS, 2007)

A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. O transtorno está registrado no Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).

O termo burnout significa que o desgaste emocional danifica os aspectos físicos e emocionais da pessoa, pois, traduzindo do inglês, burn quer dizer queima e  out exterior. Embora já se venha falando sobre o assunto há décadas, no Brasil as discussões em torno da síndrome tornaram-se mais fortes nos últimos anos.

Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno.

A principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.

O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional,  agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima.

Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises  de asma, distúrbios gastrintestinais são manifestações físicas que podem estar associadas à síndrome.

O tratamento inclui terapia e medicamentos, como antidepressivos. Entretanto, se faz necessária também uma mudança no estilo de vida. A atividade física regular e os exercícios de relaxamento devem entrar para a rotina, pois ajudam a controlar os sintomas. É importante que o médico observe se é o ambiente profissional a causa do estresse ou se são as atitudes da própria pessoa que geram a crise.

A qualidade de vida é uma das armas para prevenir a Síndrome de Burnout. E isso inclui cuidar da saúde, dormir e alimentar-se bem, praticar exercícios e manter uma vida social bem ativa.


terça-feira, 18 de março de 2014

RAZÃO X DESRAZÃO



"A loucura estava inscrita no mundo, fazendo parte de suas paisagens,  sejam estas reais, imaginárias ou simbólicas.  A experiência da loucura se inscrevia nos rituais comunitários, estabelecendo-se, pois, um diálogo vigoroso com o mundo.  No imaginário estético de então, seja literário, seja este oriundo das artes plásticas, a loucura era um espaço oracular de enunciação da verdade. Tudo isso constituiu o que Foucault chamou de experiência trágica da loucura. Foi esta então que foi sendo progressivamente desqualificada com o surgimento da experiência crítica da loucura, que constituiu paulatinamente uma outra tradição na qual a razão como Outro se instituiu como o operador fundamental contra a desrazão. Com isso, inscrita no território escatológico da desrazão, a loucura passou a perder não só o seu poderde dizer a verdade, mas também de dizer enquanto tal, já que esse poder passou a ser regulado pela razão.

Nesse contexto, em que a experiência trágica da loucura passou a ser inserida apenas no território obscuro da desrazão, a loucura continuou a ser plasmada em prosa, verso e cores nas tradições literária e estética, amputada e desvalorizada que foi do seu poder de dizer no registro da razão. Em contrapartida, a experiência critica, definindo agora a hegemonia assumida pelo território da razão, colocou progressivamente a loucura como sendo sempre suspeita e inscrita nos limites do inaudível. A loucura foi então definitivamente dessacralizada, marca eloquente que ela ainda tinha no Renascimento e que era oriunda da antiguidade. Essa perda do traço do sagrado implicou o esvaziamento do seu poder oracular, isto é, do seu potencial de dizer qualquer coisa, de enunciar o verdadeiro.  Enfim, a constituição da psiquiatria no século XIX, como um saber específico sobre a loucura foi o coroamento da dita tradição crítica e de domínio inquestionável da razão sobre a desrazão.” 

Joel Birman, Entre cuidado e saber de si - sobre Foucault e a Psicanálise