Fragmentos de O ENIGMA DAS MÁSCARAS
por Natália Klein
por Natália Klein
De utensílios ritualísticos à psicologia moderna, a história das máscaras está ligada à própria história do homem.
O uso da máscara como elemento cênico surgiu no teatro grego, por volta do século V a.C. O símbolo do teatro é uma alusão aos dois principais gêneros da época: a tragédia e a comédia. A primeira tratava de temas referentes à natureza humana, bem como o controle dos deuses sobre o destino dos homens, enquanto a última funcionava como um instrumento de crítica à política e sociedade atenienses. Durante um espetáculo, os atores trocavam de máscara inúmeras vezes, cada uma delas representava uma emoção ou um estado do personagem.
No Japão do século XIV, nasceu o teatro Nô, que também utilizou a máscara como parte da indumentária. Um dos objetivos era não revelar para a platéia as características individuais dos atores. Como as mulheres eram proibidas de atuar, as máscaras femininas eram usadas pelos homens, assim como as infantis.
Sob o ponto de vista ritualístico, o uso desse objeto é ainda mais antigo. As primeiras máscaras surgiram na pré-história e representavam figuras da natureza. Nas cerimônias religiosas, as tribos indígenas desenhavam uma máscara no próprio rosto, utilizando pigmentos. Os egípcios tinham o costume de confeccionar máscaras funerárias, para que o morto fosse reconhecido no além. Uma das mais famosas é a do faraó Tutankhamon, que data do século XII a.C e se encontra atualmente exposta no Museu do Cairo. “A máscara acompanha a história da humanidade desde os primórdios. Quando o homem primitivo ia caçar se mascarava para poder se aproximar de sua caça ou para ganhar poder sob sua presa. Ela era utilizada, também, para se aproximar dos deuses e das forças da natureza. A máscara sempre esteve ligada a uma necessidade vital e comunitária”, explica Venício Fonseca que, além de ator e diretor, também trabalha na confecção de máscaras teatrais.
Na vida real, fora do universo dos rituais, bem longe dos bailes de carnaval, dos palcos e do cinema, também nos mascaramos. A palavra personalidade vem do grego persona , que significa máscara. Na psicologia existem diversos estudos sobre a personalidade humana e uma das principais é a do suíço Carl Gustav Jung, que sugere a existência de oito tipos de personalidade.
Outro estudo que vem chamando a atenção é o Eneagrama . O conhecimento tem aproximadamente 4.500 anos e sua origem é desconhecida. A teoria divide em nove as máscaras, ou personalidades, humanas. De acordo ela, a personalidade funciona como uma máscara invisível, uma casca que criamos para nos adaptarmos ao meio social. “ Para despir a máscara, é preciso contrariar os hábitos, vícios e paixões que cada tipo de personalidade adquire desde a primeira infância. Algo que não é nada fácil. Mas uma das funções desse estudo é exatamente a de nos dizer qual é o número da caixa onde nos empacotamos para que possamos sair da prisão da mecanicidade e despertar o nosso verdadeiro ser, que é consciente e não mecânico” , explica o estudioso em Eneagrama Mário Margutti.
Desde que o primeiro homem das cavernas resolveu cobrir o rosto, as coisas jamais foram as mesmas. O fato é que, ao contrário dos outros animais, nem sempre podemos manifestar nossos sentimentos, o que acaba por tornar a máscara útil para a convivência. Mas nem os super-heróis resistem ao anonimato. Assim como nos bailes de carnaval, sempre há o momento em que as máscaras caem. Cedo ou tarde, nossas verdades serão reveladas e nossos verdadeiros rostos serão mostrados. Resta saber de quem será a iniciativa
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
- disfarce;
- símbolo de identificação;
- esconder a sua identidade;
- transfiguração;
- representação de espíritos da natureza, deuses, antepassados, seres sobrenaturais ou rosto de animais;
- participação em rituais (muitas vezes presente, porém sem utilização prática);
- interação com dança ou movimento;
- fundamental nas religiões animalistas;
- mero adereço.
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