Mestres

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

ANOREXIA/BULIMIA




É muito antigo o registro de histórias de pessoas com bulimia e anorexia nervosas. Sabe-se que, desde a Antiguidade, algumas faziam jejum ou vomitavam várias vezes por dia para emagrecer ou manter o peso que julgavam ideal. Na Idade Média, santas e beatas da Igreja Católica tinham um padrão de conduta bastante semelhante ao das anoréxicas de hoje. Mudavam apenas os fatores desencadeantes do processo. São clássicos os casos de Santa Catarina de Sena ou de Santa Maria Madalena que faziam jejum, vomitavam e usavam ervas purgantes. Tratava-se de um jejum beatífico que tinha como propósito maior aproximação com Deus.

No livro “Do altar às passarelas – da anorexia santa à anorexia nervosa”, a psicanalista Cybelle Weinberg e o psiquiatra Táki Cordas,  relatam que depois da Idade Média, a Igreja começou a ver com maus olhos o caso das santas jejuadoras e o hábito caiu em desuso. Histórias à parte, esses transtornos afetam hoje cerca de 1% da população mundial, sobretudo mulheres adolescentes. 

Pessoas com anorexia nervosa sempre possuem o peso abaixo do normal e recusam-se a se alimentar de forma correta, negando os riscos que correm na ausência de uma alimentação saudável. Para avaliar esta perda exagerada de peso, usa-se o cálculo do IMC (índice de massa corpórea, que é igual ao peso dividido pela altura ao quadrado). Por exemplo, uma mulher normal o índice varia de 18 a 25, já no anoréxico o número pode ser abaixo de 17, ou seja, é gravíssimo.

A palavra que define a anorexia é medo. Medo de engordar ou de ficar igual a alguém da família que tenha sobrepeso . 

Não há medicações específicas para curar a anorexia e, sim, um tratamento multidisciplinar, que abrange psicólogos, endocrinologistas e nutricionistas. Em alguns casos, a psicoterapia pode ajudar a melhorar a visão que se tem do seu próprio corpo, “mas é um transtorno que exige paciência, cautela e perseverança, já que na cabeça do anoréxico, é certo não comer”.

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Na bulimia, os sintomas são diferentes. Não é a magreza que chama a atenção. Às vezes, são mulheres de corpo escultural que cuidam dele de maneira obsessiva. Passam o dia fazendo dieta. Vão a restaurantes e pedem somente uma salada. Se houver uma batatinha palha no prato, colocam-na de lado. No entanto, de uma hora para outra abrem a geladeira ou vão a uma confeitaria e comem tudo o que veem pela frente.

Apesar de a ingesta normal do indivíduo variar entre 2.000 Kcal e 2.500 Kcal diárias, elas conseguem comer num único episódio de 5.000.Kcal a 20.000.Kcal de uma vez. Depois vomitam, vomitam muito. Algumas chegam a vomitar 5,10, 15 vezes por dia para evitar o aumento de peso e provocam tantos vômitos que chegam a ferir os dedos.

Tratar de pessoas com distúrbio alimentar é difícil  porque é frequente a associação dessa patologia à depressão, síndrome do pânico, comportamentos obsessivo-compulsivos, cleptomania, automutilação, promiscuidade sexual, alcoolismo e abuso de drogas. É raro encontrar um quadro isolado e todas as manifestações da doença precisam ser tratadas.



fonte:http://drauziovarella.com.br/entrevistas-2/anorexia-nervosa-e-bulimia/

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