Mestres

sábado, 27 de abril de 2013

Percepção e Realidade – introdução ao estudo da atividade perceptiva

Antônio Gomes Penna , Ed. Imago, R.J. 1993

Resumo:

A percepção é forma restrita de captação de conhecimentos. Tradicionalmente, a percepção foi conceituada como processo interpretativo, operando sobre dados sensoriais. Distinguiam-se, assim, no domínio do conhecimento sensível, duas fases, etapas ou planos: representações pela sensação e pela percepção. 
A conduta é um processo de readaptação. Sua eficiência depende de que se possa dispor sempre de informações corretas sobre o meio que nos envolve, informações essas recolhidas através dos processos perceptuais. Perceber, de fato, é conhecer para com base nos dados recolhidos, promover-se a coordenação da conduta. 
Segundo Osgood, seis propriedades particularizam a percepção: organização, totalidade, constância, transponibilidade, seletividade e flexibilidade ou dinamismo. 
O processo de perceber não se restringe a ser atividade de pura e simples assimilação de um componente figura, mas corresponde a uma total assimilação desses componentes e de todo o sistema contextual no qual se incluem como partes integrantes. 
Perceber, então, é perceber um campo total constituído de figura e fundo, de tema e campo temático, ou, ainda, de formas e horizontes nos quais elas se recortam e em função dos quais se projetam como unidades destacadas. 
A expressão percepção social é ambígua: tanto designa o caráter social do ato de perceber como a apreensão perceptual de situações sociais, sendo preferível substituí-la por fatores sociais da percepção. 
A percepção de pessoas inclui duas questões: a percepção do próprio e a percepção do outro. 
Quanto ao modo como chegamos a nos conhecer, parece correto dizer que o conhecimento se obtém não só pela avaliação de nossos próprios resultados, como pelo modo como são percebidos e julgados, dentro do grupo a que estamos ligados, pelos que convivem conosco. Quanto à percepção do outro, a questão envolve aspectos excepcionalmente importantes, em que os dados utilizados não são meramente justapostos ou associados, mas integrados numa estrutura de tipo supersomativo ou gestáltico. Investigando, particularmente, os aspectos expressivos que integram os processos perceptuais. surgiu o movimento denominado Nem Look in Perception, integrado por Bruner, Postman, Krech, Sandford, Sherif, Murphy etc., considerado o primeiro movimento organizado nos Estados Unidos para o estudo sistemático dos processos perceptivos, embora centrado, realmente, na pesquisa dos fatores emocionais, motivacionais e personalísticos que atuam como variáveis na percepção

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