Mestres

terça-feira, 28 de setembro de 2010

ARTE TERAPIA - CONGRESSO

Confira divulgação no rodapé.

sábado, 11 de setembro de 2010



Trecho do livro “O Que Realmente Somos?”
De: Rogério Pires
www.phatae.com


O Universo em sua “infinitude” nos oferece incontáveis possibilidades de escolhas em nosso cotidiano. Mas mesmo assim, temos os mesmos padrões repetitivos de escolhas. Temos os mesmos comportamentos, escolhemos os mesmos tipos de relacionamentos, mesmos tipos de pensamentos, respondemos emocionalmente da mesma forma a diversas situações que nos são apresentadas durante a nossa vida. Isto se dá pelo fato de sermos viciados em nossos conceitos mentais, da mesma forma que em nossas emoções, e se engana quem pensa que este vício é somente de ordem psicológico, ele é também classificado como bioquímico.

O cérebro é constituído de pequenas células nervosas denominadas neurônios. Os neurônios possuem ramificações para se conectarem e formarem uma rede neural. Cada área conectada está integrada a um pensamento ou memória. O cérebro constrói todos os conceitos através de memórias associativas. Ou seja, pensamentos, idéias, emoções e sentimentos são elaborados e interconectados nessa rede neural e possivelmente todos estão relacionados entre si. 
Por exemplo, o conceito de “amor”, está retido nessa rede neural, mas estabelecemos este conceito a partir de muitas outras diferentes idéias. Um indivíduo pode ligar o amor à decepção, desta forma, quando pensar em amor, provavelmente experimentará uma idéia de dor, sofrimento, cólera e até ódio. Esta auto-afirmação negativa pode estar ligada a uma pessoa, ou acontecimento específico, que remete a inter-conexão do “amor”.

Temos nossas expectativas em relação ao mundo externo. Quanto mais experiências temos em nossas vidas, mais elas nos servem como um modelo de como o mundo externo se comporta à nossa volta, dando ênfase para uma realidade fictícia de que o mundo externo é uma realidade em separado de nosso Eu Interno.

Qualquer informação que processamos no ambiente sempre é intensificada pelas experiências já vividas por nós e, principalmente por uma resposta emocional associada àquilo que vivenciamos.

Sabe-se que as células nervosas que disparam juntas, ficam interconectadas. Se praticarmos repetidamente sempre os mesmos conceitos mentais, sentimentos e emoções, essas células terão um relacionamento longo, ou seja, se você diariamente ficar com raiva, sofrer, ou cultivar um “sentimento de vitima” em sua vida, estará re-conectando e reintegrando a rede neural constantemente, criando um relacionamento de longo prazo com todas as outras células nervosas, criando uma “identidade”.

Isso significa dizer que as emoções são utilizadas para reforçar quimicamente algo em longo prazo em nossa memória. Toda emoção é química. A industria farmacêutica mais sofisticada do Universo está em nosso cérebro.

Há uma parte do cérebro denominada de hipotálamo, ele é responsável pela fabricação de substâncias químicas que determinam as emoções que experimentamos. Estas substâncias químicas são denominadas de peptídeos, pequenas cadeias de aminoácidos. O corpo é uma unidade de carbono que produz cerca de 20 diferentes aminoácidos para formular sua estrutura física. Os diferentes estados emocionais que sentimos a cada segundo estão associados aos peptídeos e neuro-hormônios específicos. Sendo assim, há químicos para raiva, outros para tristeza, outros para sentimento de vítima, para desejo, para o amor, para a felicidade, ou seja, há substâncias químicas para combinar com todos os esta
dos emocionais que experimentarmos todos os dias. 
Quando elaboramos uma emoção qualquer, o hipotálamo automaticamente fabrica aquele peptídeo específico e o libertará através da glândula pituitária diretamente na corrente sanguínea. No momento que entra na corrente sanguínea, ele acha seu caminho para diferentes centros e diferentes partes do corpo.

O peptídeo se conecta na célula através de seus receptores, uma célula pode ter bilhões de receptores em sua superfície, a função dos receptores é receber informações que são direcionadas ao interior da célula. Um receptor que tem um peptídeo acoplado a ele muda a célula de várias maneiras. Ele desencadeia uma série de eventos bioquímicos, alguns dos quais podem até alterar o núcleo da célula.

Podemos afirmar que a célula é a menor unidade consciencial do corpo. Há sempre a perspectiva da célula em relação ao organismo.

A partir deste breve entendimento de como a célula interage com os nossos sentimentos e com as nossas emoções, podemos afirmar que todos nós somos viciados nas substâncias químicas produzidas pelo hipotálamo. Não conseguimos equilibrar o nosso estado emocional pelo simples fato de estar “viciado” nele, na substância química que é produzida pelo cérebro relacionada á emoção que repetidamente criamos em decorrência de uma situação. Buscamos inconscientemente circunstâncias que vão suprir os desejos bioquímicos das células do nosso corpo criando situações que satisfaçam nossas necessidades químicas.

Nós somos as emoções que exteriorizamos, não existe a possibilidade de nos separarmos delas, todos nós estamos constantemente sob a influência das moléculas da emoção, e isso é muito bom, na verdade as emoções são a vida, pois são elas que intensificam e classificam as nossas experiências.

O fato de estarmos viciados em emoções é algo bioquímico, não apenas psicológico. Para se ter uma idéia, os mesmos receptores celulares utilizados para as emoções, são utilizados para a heroína. Podemos nos viciar em qualquer peptídeo natural, em qualquer emoção, pois não observamos nada à nossa volta sem utilizarmos o aspecto emocional. 

Imagine que uma célula esteja sendo bombardeada constantemente por um tipo de peptídeo relacionado a um tipo de comportamento emocional, quando esta célula resolver se dividir, a célula resultante da divisão terá mais receptores para os peptídeos neurais do comportamento emocional específico. Este fato nos permite o seguinte questionamento: O que comemos tem realmente algum efeito se as células, após 20 anos de descontrole emocional, não possuem mais os receptores, para receber ou absorver os nutrientes necessários para a nossa saúde? Como podemos sair desse círculo vicioso?

Na verdade, o ser humano é viciado pelo simples fato de não conhecer algo que seja melhor, nunca fomos instruídos a utilizar a nossa mente de maneira construtiva, fomos criados em uma cultura de submissão a um padrão de comportamento que nenhum indivíduo é capaz de realizar em sua plenitude, devido a isso estamos fadados a conviver em uma eterna busca de auto-aceitação. O ser humano deve observar a sua vida de uma maneira ilimitada, acreditar em sua capacidade de criação mental, vivenciar a única realidade de que, ele não está certo e nem errado, ele não é bom e nem ruim, Ele é Deus.

Não devemos acreditar na ilusão de que temos uma vida por que temos um emprego, ou temos uma boa casa, temos dinheiro, uma situação boa, uma boa aparência, na verdade isto é sobre-vida, é uma prisão.

Lutamos para conseguir estas coisas, e quando conseguimos, lutamos mais ainda para as mantermos, pois temos medo de perdê-las, temos medo de experimentar a retirada química dessa perda.

Devemos interagir mais com a nossa espiritualidade, questionar a finalidade real de estarmos vivos, descobrir qual o propósito de nossas vidas, descobrir o caminho certo a seguir, destruir os velhos valores para dar a oportunidade de um novo mundo, onde o controle deste novo mundo está em nossas mãos. Se conseguirmos mudar os nossos pensamentos, nossas idéias irão mudar, as nossas idéias mudando, mudarão as nossas escolhas, mudando as nossas escolhas, mudarão os resultados, transformaremos a nossa vida, romperemos os nossos vícios internos, criaremos novas possibilidades, novas realidades, aprimoraremos o nosso entendimento do que com o que estamos lidando, internamente e externamente.


Trecho Baseado no filme “Quem Somos Nós?”